sábado, 9 de outubro de 2010

RADAR - MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - oficina de bordados


" A oficina de Bordado de Castelo Branco do Museu Tavares Proença Júnior foi fundada em 1976, com os objectivos de produzir, estudar, conservar e divulgar o Bordado de Castelo Branco. Ao longo dos anos, a oficina tem participado em muitas exposições, com os bordados feitos pelas bordadeiras que nela trabalham.
O Bordado de Castelo Branco é um dos produtos mais típicos desta região. Aparece normalmente em azulejos, calçada, quadros e colchas de linho bordadas com fio de seda natural. Estas colchas são o símbolo desta arte albicastrense, sendo, em tempos, utilizadas para enfeitar o leito das jovens da Beira. Os bordados foram também muito utilizados em momentos festivos.

Cada elemento do bordado de Castelo Branco tem uma simbologia precisa, ou seja, um significado próprio. Assim, os seus elementos são: a albarrada representa o lar e a árvore da vida; os encadeados representam a cadeia indestrutível do matrimónio; os lírios simbolizam a virtude; os corações, o amor; as gavinhas, a amizade; os cravos representam o homem e as rosas a mulher; os jasmins, a virtude da castidade, a hera, a firme afeição; os pássaros juntos, os desposados, quando não estão representados por simbólicos bonecos; os frangos e os galaripos, a prole bendita; os lagartos, os amuletos da felicidade tão desejada; e, por fim, as romãs e as pinhas simbolizam a solidariedade e a união da família. " (Inês Morais, N.º 7, 9.º C)

Bordado de Castelo Branco, onde são visíveis alguns dos símbolos

     Colcha de Castelo Branco, bordada com o típico Bordado de Castelo Branco

Quadro com a imagem do Bordado de Castelo Branco

Imagem de alguns símbolos do bordado

Prédios em Castelo Brancos com azulejos da imagem dos bordados de Castelo Branco.

" Os bordados de Castelo Branco são típicos da região albicastrense. Surgem essencialmente em colchas de linho bordadas em fio de seda natural, com desenhos de inspiração oriental. Tornaram-se conhecidos a partir de meados do século XVI.

Alguns dos elementos representados nestes bordados são: Os namorados (representado por pombinhos), os casados (representados por pássaros juntos), os cravos e rosas (representando o homem e a mulher, respectivamente), os lírios (a Virtude), corações (o Amor), gavinhas (a Amizade), entre outras representações.
Os motivos do bordado de Castelo Branco espalham-se pelo urbanismo da cidade.


Alguns prédios da cidade tornam as suas fachadas mais enriquecidas com azulejos decorados pelos motivos do bordado de Castelo Branco.
Os bordados de Castelo Branco são efectuados em tecido de linho com bordados a fio de seda frouxo, ou seja, que não foi torcido, com a ajuda de um bastidor.

O ponto cheio frouxo ou designado também por ponto largo, mais não é que uma variante do ponto de Oriente ou da Hungria ou de Bolonha. Torna-se económico, porque cobre apenas a superfície superior.

A bordadeira enfia a agulha por baixo e estende o fio até à extremidade oposta. Prende o fio e regressa ao ponto de partida. Num movimento de vai e vem, cobre a superfície que deseja bordar. Este é um dos processos para fazer o bordado.

Existem muitos pontos de bordados. Os mais conhecidos são: frouxo, pé de flor, atrás, cadeia, espinha, lançado, lançado espinhado, margarida, recorte simples, recorte contrariado, galo, galo travado, galo com variantes, nó, embutido, fundo, matiz, formiga, asna, coroa, pena e grilhão.

Escolhidos os motivos simbólicos que vão preencher o campo e a barra, faz-se o seu desenho em folhas de papel vegetal. Como as colchas são de simetria binária, basta apenas fazer um desenho de um quarto da colcha.


Numa mesa comprida ou no chão, estende-se o linho de origem caseira. Hoje emprega-se o papel químico, de preferência amarelo, porque deixa marcas suaves, mas antigamente o pano era riscado a tinta.

Seis bordadeiras, três de cada lado, bordam o linho segundo as cores e os pontos escolhidos.

Terminado o bastidor, desmancha-se e enrola-se a parte bordada, ficando a outra parte livre para se continuar o trabalho. Assim se vai procedendo até ficar pronta.

É novamente estendido sobre uma mesa ou no chão, para se verificar se há algum engano que seja preciso corrigir.

Num tear apropriado, uma das bordadeiras tece ainda uma franja que é aplicada depois de a colcha ser passada a ferro.

O trabalho fica concluído, após aplicação de um forro de chita. Para além do trabalho que dá às bordadeiras, são necessários um ou mais meses para o executar." (João Infante, N.º12, 9.ºC)

Parabéns aos alunos da turma C do 9º ano da Escola Básica Integrada Cidade de Castelo que criaram um  blog para divulgar os trabalhos dos alunos e nos proporcionaram conhecer e resguardar uma hístória tão interessante sobre a cultura do bordado. Grata.

fonte: imagen 1- http://castelobrancocidade.blogspot.com/2010/09/o-nosso-bordado_03.html
fonte 2 - http://estrelas-passado.blogspot.com/2009/11/museu-francisco-tavares-proenca-junior.html
http://estrelas-passado.blogspot.com/2009/11/bordados-de-castelo-branco-joao-infante.html

Castelo Branco é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Castelo Branco, situada na região Centro (Beira Baixa) e subregião da Beira Interior Sul, com cerca de 30 649 habitantes. wikipedia

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